segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Thiago e Quinteto Guitarreria



Além de várias apresentações para escolas públicas de Pelotas, o Quinteto Guitarreria, projeto de Thiago Colombo e alunos de violão junto à UFPel, estará se apresentando para o público em geral em Pelotas no próximo sábado.
Todos/as convidados/as!!!


Sobre o repertório do Quinteto Guitarreria

O repertório atual do Quinteto Guitarreria abarca a música sul-americana e pode ser dividido em três grupos, são eles:

1. A Música dos países do Prata

Foi entre 1915 e 1916, no café La Giralda, na cidade de Montevidéu, que o uruguaio Gerardo Matos Rodriguez (1897-1948), então estudante de arquitetura, criou La Cumparsita. Concebida originalmente como uma marcha estudantil para a comparsa de carnaval da associação de estudantes universitários, converteu-se rapidamente em uma das mais famosas peças representativas do tango. Hoje, não é exagero dizer que este seria o tango mais famoso do mundo, graças às interpretações antológicas de todos os grandes cantores e instrumentistas do gênero. Esta música, de origens imprecisas e estrutura simples, confunde-se com a própria história do tango.

Os pouco conhecidos compositores Carlos Bravo (Argentina) e Francisco Brancatti (Uruguay), compuseram (música e letra, respectivamente) a rancheira Mate Amargo nos primórdios do século passado. Em 1928 esta música passou a figurar entre as mais ouvidas das rádios latino-americanas graças à gravação de Libertad Lamarque, famosa atriz do cinema mexicano (considerada “a noiva da América”). Por motivos múltiplos como a proximidade do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina e a necessidade de afirmação de uma identidade cultural regional fizeram de Mate Amargo parte integrante do folclore gaúcho. Pode-se dizer que esta música foi fundadora de um gênero regional ao consolidar o ritmo de rancheira entre as danças gauchescas.

Nos dois casos é difícil definir precisamente o gênero musical, visto que são peças de um momento histórico onde surgiam os gêneros da música popular como conhecemos hoje (e o próprio conceito de música popular). La Cumparsita, como comentado anteriormente, foi concebida como marcha de carnaval, sem letra. Posteriormente e a contra-gosto do compositor, recebeu letra composta por Pascual Contursi e Enrique Maroni. Mate Amargo fez-se conhecida, nos anos 20, como música vocal, mas hoje poucos conhecem ou sequer sabem da existência desta letra, relacionando-a à música instrumental e principalmente ao acordeão. Ambas aparecem de forma vocal e instrumental, dependendo da época e dos intérpretes envolvidos.

Aníbal Troilo (1914-1975), conhecido entre os tangueiros como “El Pichuco”, foi um dos mais reconhecidos bandoneonistas argentinos do século XX. Em 1937 organizou sua orquestra típica, por onde passaram grandes nomes, entre eles, Astor Piazzolla. Troilo foi um dos grandes representantes da Vieja Guardia do tango, um defensor da tradição das orquestras que apresentavam os sucessos do gênero em arranjos cada vez mais rebuscados, arranjos estes que fariam parte da matéria prima para a criação do Nuevo Tango. La Trampera é uma milonga rápida e simples que conquistou sua posição de destaque no repertório tangueiro.

2. A canção sul americana

Tendo em vista que a escrita musical se origina na idade média e considerando que a história da música ocidental passa a ser contada a partir de então, podemos dizer que a música instrumental nasce na renascença, junto com a modernidade, decorrente da transcrição de gêneros vocais para serem tocados em instrumentos de cordas dedilhadas e de teclado. Só no período barroco (aproximadamente entre 1600 e 1750) se desenvolvem os gêneros instrumentais autônomos, ou seja, aqueles que não derivam de gêneros vocais.

No século XIX, como alternativa aos gêneros instrumentais autônomos (principalmente a sonata), nascem as canções sem palavras, canções compostas sem letra para serem tocadas apenas por instrumentos. Ao longo do século XX, no apogeu da canção popular (eras do rádio e do disco), a música popular instrumental retoma o espírito renascentista, em certa medida, ao apresentar versões instrumentais de canções. Isso pode ser observado tanto nas versões de clássicos da Broadway por big bands, com longas sessões de improvisos passando de instrumento em instrumento, até as antológicas versões solo de violonistas como Dilermando Reis, Baden Powell e Raphael Rabello para grandes sucessos da MPB.

O Quinteto Guitarreria apresenta uma versão instrumental da canção Duerme Negrito, uma canción de cuna (canção de ninar) de autor anônimo originada, segundo Athaualpa Yupanqui, na região de fronteira entre Colômbia e Venezuela. Apresenta também um pot-pourri (agrupamento) de valsas de Chico Buarque, onde aparecem trechos de Teresinha, Valsinha e João e Maria e um arranjo de Chovendo na Roseira, de Tom Jobim.

Tocando em Frente e Amanheceu são dois sucessos do compositor santista Renato Teixeira (o primeiro em parceria com Almir Sater) que o quinteto apresenta também em forma de pot-pourri. Apresenta ainda um arranjo da prof. Luciana Prass (UFRGS) de Palhaço, música de Egberto Gismonti que, apesar de originalmente instrumental, tem características formais de canção (melodia acompanhada).

3. A Música regionalista gaúcha

Bem como o violão, o acordeão é instrumento-símbolo da música brasileira em suas mais diversas manifestações. Dele nasceram clássicos da música regional do nordeste, sudeste, centro-oeste e sul, nas mãos de nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Renato Borghetti, Sivuca, Hermeto Pascual, entre tantos outros. O Rio Grande do Sul é prolífico em grandes acordeonistas.

Antônio Soares de Oliveira, o Tio Bilia, nasceu em Santo Ângelo, região das missões, em 1906. Foi autodidata e gravou 111 músicas até seu falecimento aos 85 anos. Tio Bilia na oito baixos é uma obra-prima da música gaúcha e tornou-se uma das peças mais tocadas da gaita de botões por sua simplicidade e carisma.

O chileno-brasileiro Gilberto Monteiro é um dos gaiteiros mais reconhecidos do estado. Foi um dos músicos mais ativos dos festivais nativistas desde os anos 1980 e compôs obras emblemáticas da música instrumental gaúcha como Pra ti guria, Alumiando as maçanetas e Milonga para as missões. Exerceu grande influência sobre Renato Borghetti, que pode ser considerado o maior divulgador de suas obras.

É de Renato Borghetti e Veco Marques a música Sétima do Pontal, peça que faz menção à Fazenda do Pontal, de propriedade do acordeonista, situada em Barra do Ribeiro – RS.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Livros novos


Artigo de Taís Ferreira: A pedagogia do teatro e a recepção teatral podem caminhar juntas?, no livro Os Lugares da Arte.