segunda-feira, 1 de março de 2010

Crítica de Juarez Fonseca ao Trezegraus

Crítica de Juarez Fonseca ao Trezegraus, no ABC de Domingo, 28/02/2010.

Vida longa para o Trezegraus

A efervescência e a riqueza
musical de uma cidade também
se contam por histórias como
esta. Em 2008, se cruzaram em
Porto Alegre os caminhos de
um reconhecido e experiente
guitarrista de
MPB-jazz, James Liberato,
um percussionista
de volta ao RS
depois de anos atuando
no Rio, Luiz
Jakka, um jovem e elogiado
violonista erudito, Thiago Colombo,
e uma jovem contrabaixista
da Orquestra de Câmara
Theatro São Pedro e da banda
de Nico Nicolaievsky, Aninha
Freire. Resultado: o grupo-projeto
Trezegraus, nome que também
dá título ao disco que lançaram
no fim de 2009. Torço
para que tenha vida longa, pois
é o tal casamento perfeito. Música
popular brasileira, erudita,
jazz, folclore, tudo se mistura
em feliz integração.
O disco ainda
tem convidados
de alto nível e, assim,
se aproxima de
uma espécie de cânone
da música instrumental
produzida no RS. Um
ritmo meio agauchado, passando
por flamenco e baião abre os
trabalhos com Casa de Asas, de
Fausto Prado. Se Esta Rua, de
Thiago, é uma fantasia sobre
a conhecida canção folclórica.
Choro Amoroso, de e com Geraldo
Flach ao piano, é choro
moderno. Finíssima composição
de Thiago, Milonga da Caturrita
inclui Diego Grendene
no clarinete e Júlia Simões na
flauta. Pealo de Sangue, clássico
de Raul Ellwanger, tem o
contrabaixo como instrumento
dominante. Compositor de poucas
aparições, Paulo Dorfman
é brindado com duas músicas,
samba, choro, jazz, e a sutileza
de seu piano, Perereca do Guinha
e Põe Tinta no Carimbo.
Mas a música-síntese é a que
vem por último, Radamés, homenagem
de Liberato ao maestro
gaúcho que ajudou a modernizar
a música brasileira.
@ Lançamento Fumproarte,
contatos trezegraus@
gmail.com